Temas Coloproctologia


Colostomia

A colostomia é um dos diversos tipos de Estoma intestinal. Os mais comumente utilizados na cirurgia intestinal são a colostomia e a ileostomia.

É um procedimento cirúrgico útil quando, por algum motivo, o paciente não poderá eliminar as fezes normalmente através do reto e do ânus. Pode ser definitiva ou temporária.

Neste procedimento uma parte do intestino é exteriorizada na parede abdominal. Com isto, a passagem das fezes é desviada, passando a ser coletada em uma bolsa. Esta bolsa (de colostomia ou de ileostomia) fica aderida à pele, podendo durar até 10 dias, de acordo com a qualidade e as características do próprio estoma e dos cuidados.

Os estomas intestinais podem ser necessários nas seguintes situações, em especial:

  • Infecção do abdome (p.ex. diverticulite perfurada ou abcessos abdominais)
  • Infecção grave na região anal, perianal ou períneo
  • Lesão de cólon ou reto (p.ex. uma ferida por arma de fogo)
  • Bloqueio parcial ou completo do intestino grosso (obstrução intestinal)
  • Câncer do ânus, do reto ou do cólon
  • Doença de Crohn ou Retocolite
  • Fístulas de difícil tratamento no períneo
  • Proteção temporária de suturas nas cirurgias intestinais, para ajudar nesta cicatrização

As Prefeituras, por intermédio das Secretarias de Saúde, são obrigadas a fornecer uma cota mensal de bolsas aos pacientes que passaram pelo procedimento. Isto foi normatizado pelas Diretrizes Nacionais para a Atenção à Saúde das Pessoas Ostomizadas no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS (Portaria SAS/MS nº 400 de 16 de novembro de 2009 do Ministério da Saúde).

Mais recentemente, a Lei federal 12.738, publicada em 2012, tornou obrigatório o fornecimento das bolsas também pelos planos de saúde.

Para que as bolsas sejam solicitadas, é necessário que um laudo seja emitido pelo médico que assiste o paciente, sendo entregue à Prefeitura/Secretaria de Saúde, ou ao Plano de Saúde.

Nos estomas intestinais temporários (colostomia e ileostomia), há possibilidade de reversão. Isto significa que em uma nova cirurgia o estoma intestinal é fechado, e o trânsito intestinal volta a funcionar com eliminação das fezes pelo ânus. Nestes casos, o tempo de espera necessário pode variar de caso a caso.

Alguns pacientes necessitam de estoma definitivo. Novos dispositivos e produtos têm propiciado mais conforto e menor risco de constrangimento. É o caso de dispositivos de irrigação para a colostomia, que permite o esvaziando do intestino grosso, permitindo assim que o indivíduo passe um período maior sem eliminação na bolsa, facilitando atividades de trabalho, viagem, atividades esportivas ou relações íntimas, minimizando a preocupação. Para os pacientes portadores de ileostomia, em que odor não traz maior preocupação quanto a colostomia, e a eliminação é mais líquida, há possibilidade de reduzir o fluxo para a bolsa através de medicamentos ou ajustes na dieta, possibilitando também mais conforto e segurança.

Há algum tempo já contamos com a ajuda de Estomaterapêutas (profissionais que se dedicam a auxiliar o cuidado com os estomas). Aumentar o entendimento sobre os diversos dispositivos existentes, pode resultar em maior segurança para o paciente, além de melhorar seu autocuidado, autoestima e autoimagem.



Dicas

Constipação é um termo que pode ser usado para designar a eliminação difícil ou demorada do bolo fecal, também referido como prisão de ventre, obstipação ou intestino preso.

Os indivíduos podem perceber este problema de longa data (constipação crônica), ou ainda percebê-lo de forma aguda ou temporária. A frequência da defecação pode variar em grupos diferentes da população. Entretanto, uma regra simples pode melhor estabelecer as características desta condição: se o esvaziamento do reto (defecação) demora mais do que 2-3 dias para acontecer, o bolo fecal pode se tornar mais endurecido e o indivíduo pode perceber desconforto devido à dificuldade para evacuar. Isto acontece porque a porção final do intestino grosso é capacitada para retirar, de volta para o organismo, a água contida no Bolo fecal.

Se o indivíduo não defeca todos os dias, isto não significa que é portador de constipação intestinal. O ritmo intestinal de até três defecações por semana pode caracterizar um funcionamento intestinal normal, desde que não haja necessidade de esforço, dificuldade ou desconforto. Entretanto, fique atento para sinais de alerta. Qualquer mudança recente no seu ritmo intestinal merece ser avaliada por seu médico, especialmente caso haja modificações inesperadas de consistência, formato, cor e conteúdo.

Alguns indivíduos podem apresentar demora no esvaziamento intestinal devido à problemas funcionais, ou seja, relativos ao funcionamento e coordenação da musculatura do ânus, do reto e do períneo. Este assunto específico será abordado em outro tópico.

Quais as principais causas de constipação?

  • Dieta pobre em fibras e líquidos
  • Hábitos inadequados ou irregulares para evacuar (p.ex.\: mudança de ambiente, viagem)
  • Uso abusivo e prolongado de laxantes “irritantes” derivados das antraquinonas e cascarosídeos (p.ex.: sene, cáscara sagrada, babosa)
  • Fissuras, hemorroidas e outros problemas do ânus que causam dor
  • Anismo ou síndrome puborretal (problema funcional nos mecanismos da defecação)
  • Distúrbios hormonais (p.ex.: hipotireoidismo)
  • Medicamentos
  • Gestação
  • Falta de exercícios e repouso prolongado
  • Doenças neurológicas


Dicas

O formato e a consistência das fezes, assim como o odor, a cor ou a presença de secreções anormais (sangue, muco) podem oferecer informações importantes sobre a saúde intestinal. Alguns problemas de saúde, relacionados a outros órgãos podem interferir com o ritmo intestinal, tais como hipotireoidismo, diabetes, uso de medicamentos. Na maior parte dos casos a evacuação difícil é resultado do consumo de dieta pobre em fibras vegetais e água.

Quanto à  consistência, pode variar desde fezes duras, pequenas e esféricas (Cíbalos ou “fezes de cabrito”) até fezes amolecidas ou sem forma. O formato cilíndrico e comprido, de consistência macia significa movimento intestinal normal e consumo regular de fibras. Para ajudar a reconhecer e controlar este funcionamento, o médico Ken Heaton da Universidade de Bristol (1979) criou um método simples em forma de tabela visual que pode ajudar a identificar as principais apresentações ou variações. Portanto, a consistência macia facilita a defecação, significando ritmo intestinal regular e consumo ideal de fibras vegetais e água.

Entretanto, alguns indivíduos não conseguem obter um ritmo intestinal, formato e consistência das fezes, que resultem em defecação fácil e sem esforço, mesmo ingerindo quantidades ideais de fibras vegetais e água. É o caso de pacientes com distúrbios funcionais (do funcionamento) do próprio intestino ou da musculatura anal (defecação bloqueada). Já o oposto ocorre com indivíduos em que as fezes apresentam consistência amolecida e o ritmo é muito frequente. Seja qual o tipo de alteração, é importante que se investigue com ajuda médica, no sentido de definir se está ocorrendo algum problema de saúde mais sério que necessite tratamento.



Dicas

Coloproctologia é a especialidade médica dedicada ao estudo, diagnóstico e tratamento das doenças do intestino grosso (cólon), do reto e do ânus.

Etimologicamente o termo é assim derivado:

  • colo: do latim collon, ou do grego kólon – significando parte do intestino grosso situada entre o íleo e o reto;
  • procto: do grego prōktos – significando ânus e, por extensão, reto;
  • logia: do grego logos – significando ciência, estudo.

Atribui-se a John de Arderne (1307 – 1390), um cirurgião que nasceu na Inglaterra, a autoria da primeira publicação sobre a especialidade. Por este motivo é considerado pelos ingleses o “pai da Proctologia”. Sua publicação mais famosa foi um tratado sobre a fístula anal, segundo Millar TM (Proceedings of the Royal Society of Medicine, 1953).

No Brasil, a coloproctologia iniciou sua história no Rio de Janeiro em 1914 com o Dr. Raul Pitanga Santos. Posteriormente, foi o Dr. Sylvio D’Ávila (1945) o maior divulgador e fundador da Sociedade Brasileira de Proctologia, a segunda maior associação de proctologistas do mundo.

Por uma questão semântica, a especialidade antes denominada Proctologia agora é referida como Coloproctologia, visto cuidar também dos problemas do cólon.

É importante também enfatizar que a especialidade não trata dos problemas da próstata. Cabe ao médico Urologista dedicar-se aos problemas da próstata e seu tratamento.


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